Atlético Mineiro vence São Paulo por 1 a 0 e fica perto da final da Copa do Brasil Sub-20
- nov, 27 2025
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- Flávio Gomes
O Clube Atlético Mineiro deu um passo decisivo rumo à final da Copa do Brasil Sub-20 ao derrotar o São Paulo Futebol Clube por 1 a 0, nesta quarta-feira, 26 de novembro de 2025, na Arena MRV, em Belo Horizonte. O gol da vitória, marcado pelo lateral-direito Lucas Souza aos 25 minutos do primeiro tempo, foi um dos momentos mais limpos da partida: recebeu passe de Iseppe, driblou o marcador com calma e finalizou com o pé esquerdo no canto direito do goleiro João Pedro. Nada mais, nada menos. Mas o jogo foi muito mais que isso. Foi tensão, dor, estratégia e o peso da pressão de quem quer chegar à final.
Um gol, muitas consequências
O Atlético, comandado pelo técnico Leandro Zago, entrou em campo com intenção de controlar o ritmo e surpreender. O São Paulo, por sua vez, começou melhor: mais posse, mais movimentação, mais ameaça. Mas o futebol, às vezes, não obedece ao domínio. Quando menos se espera, um lance individual muda tudo. Lucas Souza, que vinha sendo pouco notado até então, virou herói. E o gol foi apenas o começo da noite dramática para o Tricolor.
Sete minutos depois, aos 32 minutos, o lateral-esquerdo João Marcelo sofreu uma luxação no ombro direito ao tentar um desarme. Saiu chorando, levado pelos técnicos. Foi substituído por Pascini, que foi recuado para a lateral, enquanto o atacante Louback passou a atuar mais centralizado — uma mudança tática forçada, que desequilibrou o esquema do São Paulo. A equipe paulista nunca mais encontrou o mesmo ritmo. O treinador Allan Barcellos tentou reagir com entradas, mas a defesa atlética, sólida e organizada, resistiu.
Quase o empate, mas o gol não veio
No segundo tempo, o São Paulo partiu com tudo. Foi mais agressivo, mais ousado. E quase empatou. Aos 18 minutos, Gustavo Santana cabeceou de cabeça, de pé, de costas — tudo junto — após um cruzamento da direita. O goleiro do Atlético, Thiago, fez uma defesa de nível internacional, espalmou com a ponta dos dedos e mandou para escanteio. O estádio inteiro ficou em silêncio. A torcida do São Paulo, que enchia os setores norte da Arena MRV, respirou aliviada. Mas o gol não veio. E isso foi fatal.
As substituições do São Paulo — Felipe aos 23, Guilherme Batista aos 30 e Tetê aos 23 — foram tentativas de reacender o ataque. Mas o Atlético recuou, fechou o meio-campo, e jogou no contra-ataque. O time de Minas não precisou brilhar. Precisou apenas não errar. E não errou. O árbitro Hieger Tulio Cardoso manteve o jogo controlado, sem grandes polêmicas, apenas com uma amarela para cada lado. Foi uma noite de futebol limpo, intenso, e decisivo.
O jogo de volta: pressão e perspectiva
Agora, o São Paulo precisa vencer por dois gols de diferença na Arena Inamar, em Diadema, na próxima quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, às 16h. Se vencer por 1 a 0, a decisão vai para os pênaltis. Empate em 1 a 1? O Atlético avança. Se o São Paulo perder? Fim da história. É um cenário difícil, mas não impossível. Afinal, a Arena Inamar tem capacidade para apenas 8 mil pessoas — uma casa pequena, mas com clima de final. A torcida do Tricolor vai gritar, vai pressionar, vai querer transformar o estádio em um inferno para o adversário.
Já o Atlético Mineiro, conhecido como Galinho por sua tradição nas categorias de base, entra no jogo de volta com a vantagem do empate. Não precisa vencer. Só precisa não perder. E isso muda tudo. O time de Zago pode jogar com mais tranquilidade, até mesmo com mais cautela. O que pode ser perigoso: o São Paulo, com tudo a perder, pode atacar com fúria. E o Atlético, se se descuidar, pode pagar caro.
Quem vem por aí? Palmeiras ou Flamengo
Quem vencer esta semifinal enfrentará o vencedor do duelo entre Palmeiras e Flamengo na final. Os jogos entre os dois gigantes ainda não aconteceram, mas a expectativa já é enorme. O vencedor será o grande favorito ao título, e o caminho até lá será feito de garra, talento e, principalmente, resiliência. O futebol de base brasileiro está mais vivo do que nunca. E essa semifinal prova isso.
Um estádio, uma história
A Arena MRV, inaugurada em 2021, é um símbolo do renascimento do futebol mineiro. Com 46 mil lugares, ela já sediou grandes jogos da Série A. Mas nesta noite, foi o palco de um jogo que pode marcar a geração de jogadores que estão nascendo agora. E a Arena Inamar, em Diadema, com seus 8 mil lugares, será o cenário de uma possível reviravolta. Um estádio pequeno, mas com um peso enorme.
Quem são os heróis do dia?
Lucas Souza, claro. Mas também Iseppe, que criou o gol, e o goleiro Thiago, que fez a defesa da vida. No São Paulo, Gustavo Santana foi o mais perigoso. João Marcelo, mesmo lesionado, deu tudo até o fim. E Allan Barcellos, que precisa encontrar a fórmula em quatro dias. O futebol de base não é só futuro. É presente. E é emocionante.
Frequently Asked Questions
Como o Atlético Mineiro conseguiu se manter tão sólido defensivamente?
O Atlético montou um bloco de quatro defensores muito compacto, com o volante Iseppe atuando como barreira entre a defesa e o meio. A equipe não se deslocou para cima, preferiu manter a linha e cortar passes pela esquerda, onde o São Paulo tinha mais ameaça. A disciplina tática foi o segredo — e o goleiro Thiago, que só foi testado duas vezes, fez o que precisava: estar no lugar certo.
Qual é o impacto da lesão de João Marcelo no São Paulo?
A lesão de João Marcelo foi um golpe duro. Ele era o único lateral-esquerdo de confiança no elenco e um dos poucos jogadores com experiência em jogos decisivos. Sua substituição forçou o treinador a mudar o esquema, o que desequilibrou a transição ofensiva. Sem ele, o São Paulo perdeu velocidade na saída de bola e ficou mais dependente do centro do campo — algo que o Atlético controlou com facilidade.
O que o São Paulo precisa fazer para se classificar?
O São Paulo precisa vencer por dois gols de diferença — por exemplo, 2 a 0 ou 3 a 1. Se vencer por 1 a 0, o jogo vai para os pênaltis. Um empate em 1 a 1 ou qualquer resultado que dê vantagem ao Atlético elimina o Tricolor. A pressão é enorme. E a equipe precisa de mais eficiência ofensiva: nos últimos cinco jogos, só marcou três gols fora de casa.
Por que o Atlético Mineiro é chamado de "Galinho"?
O apelido "Galinho" surgiu nos anos 1970, quando a torcida começou a chamar a equipe de base de "galinha que põe ovos de ouro" — referência à constante produção de jogadores de alto nível. Hoje, o termo é usado com carinho para destacar a força da categoria de base, que já lançou nomes como Ronaldinho Gaúcho, Alex e Marcelo. É um orgulho histórico.
Quem é o técnico Leandro Zago e por que ele é importante?
Leandro Zago, ex-zagueiro do Atlético e campeão brasileiro em 2014, assumiu o time Sub-20 em 2024. É conhecido por sua disciplina tática e foco no desenvolvimento de jogadores. Sob seu comando, o time não só jogou bem, como se tornou um dos mais sólidos da competição. Ele já tem três jogadores promovidos ao profissional este ano — e a tendência é que mais sigam o mesmo caminho.
A Copa do Brasil Sub-20 já teve outras edições antes de 2025?
Sim. A competição foi criada em 2015, mas só se tornou oficial e anual em 2020. Antes disso, havia edições esporádicas entre 2008 e 2013. A edição de 2025 é a sexta oficial e a primeira com o formato de semifinais em jogo único de ida e volta. O campeão anterior foi o Palmeiras, que venceu o Flamengo em 2024. A competição cresceu em visibilidade e já é considerada um dos principais canais de descoberta de talentos no Brasil.
Reinaldo Ramos
novembro 27, 2025 AT 20:59O Atlético não brilhou, mas foi suficiente. O São Paulo teve mais bola, mas não teve coragem de finalizar. O gol do Lucas Souza foi puro instinto e técnica. Nada de sorte, nada de milagre. Foi futebol de verdade.
Minas Gerais não precisa de show, precisa de resultado. E isso o Galinho fez.
Rodrigo Lor
novembro 29, 2025 AT 12:15Essa vitória do Atlético foi fraudulenta. O São Paulo teve 68% de posse, 18 chutes ao gol, e o Atlético só teve 2. O árbitro deixou o jogo pegar fogo e não marcou nenhuma falta clara no segundo tempo. O que aconteceu com o VAR? Onde estava o árbitro? Isso não é futebol, é fraude organizada.
Se o São Paulo não vencer por 3 a 0 na volta, é porque o sistema está corrompido. O Atlético só venceu porque o Tricolor foi desmotivado por uma lesão que não deveria ter acontecido. Tudo conspira contra o São Paulo.
Washington Cabral
novembro 30, 2025 AT 01:00Essa partida foi um exemplo do que o futebol de base brasileiro pode ser. Sem exageros, sem teatros, sem jogadores que só sabem rolar no chão. Dois times se respeitaram, jogaram duro, e o melhor venceu.
O gol do Lucas Souza foi lindo, mas o que me impressionou foi a disciplina tática do Atlético. Eles sabiam exatamente o que precisavam fazer: não errar. E não erraram. Isso é inteligência, não sorte.
Parabéns ao Zago e à estrutura do Galinho. Esse time tem futuro. E o São Paulo? Ainda tem chance. Não é o fim, é só um obstáculo.
Rudson Martinho
novembro 30, 2025 AT 11:55Observação metodológica: o Atlético Mineiro, sob a orientação de Leandro Zago, implementou um sistema defensivo de bloco compacto de quatro, com Iseppe como linha de contenção, o que reduziu a eficácia das transições ofensivas do São Paulo. A lesão de João Marcelo, embora impactante, foi um fator exógeno que exacerba a vulnerabilidade estrutural do adversário, não um elemento determinante da vitória. O gol de Lucas Souza, embora tecnicamente impecável, ocorreu em uma situação de baixa densidade defensiva, o que sugere falha de posicionamento do São Paulo. A análise estatística da posse de bola é enganosa, pois não reflete a eficiência ofensiva. O Atlético teve 2 finalizações, ambas precisas. O São Paulo teve 18, das quais apenas 3 foram direcionadas ao gol. Logo, a superioridade estatística é ilusória. Conclusão: o Atlético venceu por eficiência, não por sorte.
Paulo Lima
dezembro 1, 2025 AT 22:11Que jogo intenso
o Galinho não precisa ser bonito, só precisa ser eficaz
o São Paulo tentou, mas o Atlético não deu espaço
parabéns aos dois times
agora é torcer pra ver o que acontece na volta