Dia do Aviador: da conquista de Santos‑Dumont ao futuro da FAB

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O Dia do Aviador foi celebrado oficialmente no último domingo (22/10/2021) em Brasília, com uma cerimônia que reuniu autoridades civis e militares e sobrevoou o céu da capital brasileiras as mais modernas embarcações da Força Aérea Brasileira (FAB). O evento homenageia o feito histórico de Alberto Santos‑Dumont, inventor e pioneiro da aviação, que, em 23 de outubro de 1906, deu o primeiro voo comprovado de um aeródromo mais pesado que o ar com o 14‑Bis, no campo de Bagatelle, Paris, França.

Uma data que nasce da história

O 14‑Bis, com cerca de 300 kg, 10 m de comprimento e 12 m de envergadura, impulsionava‑se por um motor de 50 cv — números modestos, mas suficientes para levantar voo e marcar o início da era da aviação. Esse feito não só colocou o Brasil no mapa da inovação tecnológica como também inspirou gerações de quem sonha em tocar as nuvens.

Desde a publicação da Ordem do Dia pela FAB em 20/10/2021, a data de 23 de outubro deixa de ser apenas um dia no calendário e passa a ser um ponto de referência para a identidade nacional. A celebração oficial ressalta a ligação direta entre o pioneirismo de Santos‑Dumont e a missão atual da FAB: defender o espaço aéreo e servir a sociedade.

Comemoração em Brasília e demais cidades

Na cerimônia de 2021, o céu de Brasília foi rasgado pelos solos da FAB com os sobrevoos das aeronaves KC‑390 Millennium, F‑39 Gripen, F‑5M e as acrobacias da Esquadrilha da Fumaça. O evento foi registrado como Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira 2021Brasília, reforçando o vínculo entre tradição e tecnologia.

Em 2024, a comemoração ganhou contornos ainda mais comunitários: a 87ª Missa do Aviador, realizada em 10/10/2024, no Rio de Janeiro, reuniu militares, civis e a comunidade religiosa, iniciando o Mês da Asa. Também naquele ano, o Comandante da Aeronáutica proferiu palestra para o grupo “Pioneiros do Vale”, veteranos da FAB, em Rio de Janeiro, abordando projetos estratégicos como a renovação da frota de caças e o reforço da aviação de transporte.

Formação dos novos aviadores: a Academia da Força Aérea

Para quem deseja seguir os passos de Santos‑Dumont dentro da estrutura militar, o caminho começa na Academia da Força Aérea, localizada em Pirassununga, São Paulo. Lá, os cadetes recebem instruções teóricas e práticas, incluindo os primeiros voos de treinamento em aeronaves básicas.

O último ano da academia tem como destaque o cadete Álvaro Luiz Campos Justen da Costa, cadete da AFA, que declarou: “A carreira de aviador proporciona diversas oportunidades, na defesa e na vigilância de nossas fronteiras, como também atuando na busca e salvamento, no transporte de órgãos, remédios e alimentos. Em resumo, vibro bastante com a missão da FAB, principalmente no que tange à atividade fim dos aviadores”.

Após a formatura, os oficiais podem seguir quatro trilhas: Aviação de Caça, Aviação de Transporte, Aviação de Asas Rotativas e Aviação de IVR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento). Cada caminho exige especializações e treinamento avançado, refletindo a complexidade das missões atuais.

Impacto na sociedade e na aviação civil

O Dia do Aviador não serve apenas ao âmbito militar. Ele também reforça a importância da aviação para a vida cotidiana dos brasileiros: missões de busca e salvamento salvam vidas em áreas remotas; o transporte de órgãos e medicamentos garante rapidez no cuidado de pacientes críticos; e o apoio logístico às Forças Armadas protege a soberania.

Além disso, o legado de Santos‑Dumont inspira a indústria civil. Empresas como a Embraer têm suas raízes no espírito inovador do pioneiro. O desenvolvimento de aeronaves regionais e executivas brasileiras deve muito à visão de que “voar é para todos”.

Perspectivas e projetos estratégicos da FAB

Olhar para o futuro implica investimentos em tecnologia de ponta. Entre os projetos em andamento, destaca‑se a integração dos caças F‑39 Gripen ao sistema de defesa aérea nacional, o aumento da capacidade de carga do KC‑390 Millennium e a modernização das plataformas de helicópteros de ataque.

Outro foco é a aviação não tripulada. A FAB tem testado drones de vigilância para monitorar a Amazônia e o litoral, reduzindo riscos operacionais e ampliando a cobertura de monitoramento. Esses avanços prometem transformar a forma como o país protege seu espaço aéreo e seu território.

Por fim, a renovação da cultura institucional tem sido reforçada por eventos como a Missa do Aviador e as palestras para veteranos. Tais iniciativas mantêm viva a memória de Santos‑Dumont e reforçam o sentimento de pertença entre as gerações de aviadores.

Perguntas Frequentes

Como o Dia do Aviador impacta a população civil?

A data destaca o papel da aviação nas missões de busca e salvamento, no transporte rápido de órgãos e medicamentos, e no apoio logístico a regiões isoladas, beneficiando diretamente a saúde e a segurança da população.

Qual a relação entre Santos‑Dumont e a Força Aérea Brasileira?

Santos‑Dumont realizou o primeiro voo homologado de um aeródromo mais pesado que o ar em 1906; a FAB utiliza essa história como símbolo de inovação e coragem, celebrando-a anualmente no Dia do Aviador.

Quais são os caminhos de carreira para um piloto recém‑formado na FAB?

Após a Academia em Pirassununga, os oficiais podem escolher entre Aviação de Caça, Transporte, Asas Rotativas ou IVR, cada uma com treinamentos específicos e oportunidades distintas de atuação.

Quais são os principais projetos de modernização da FAB em 2024‑2025?

A renovação da frota de caças F‑39 Gripen, a expansão da capacidade de carga do KC‑390, a adoção de drones de vigilância na Amazônia e a modernização dos helicópteros de ataque são os tópicos centrais.

Quando foi realizada a primeira Missa do Aviador no Rio de Janeiro?

A 87ª Missa do Aviador aconteceu em 10 de outubro de 2024, marcando o início do Mês da Asa e reunindo militares, familiares e a comunidade religiosa.

12 Comments

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    Bruna costa

    outubro 23, 2025 AT 22:49

    É incrível ver como o legado de Santos‑Dumont ainda nos une, especialmente nos momentos em que lembramos a coragem dos nossos aviadores. Cada sobrevoo acima de Brasília traz um sentimento de orgulho que vai além da tecnologia. A gente sente que a história está viva, batendo no peito da gente e inspirando a nova geração. Que essa energia continue a nos impulsionar nos céus e nas nossas comunidades.

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    Carlos Eduardo

    outubro 27, 2025 AT 00:00

    O céu de Brasília nunca pareceu tão majestoso, como se o próprio Dumont estivesse aplaudindo de lá de cima. As aeronaves cortam o ar como flechas douradas, marcando um espetáculo que corta o silêncio da cidade. Um momento que ficaria gravado na memória de qualquer amante da aviação.

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    EVLYN OLIVIA

    outubro 30, 2025 AT 02:11

    Claro, tudo isso só para disfarçar a verdade que os drones já estão espionando até o seu cachorro.

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    joao pedro cardoso

    novembro 2, 2025 AT 04:21

    Vale lembrar que o KC‑390 tem capacidade de 16 toneladas de carga útil, enquanto o Gripen pode operar em pistas curtas de 500 metros, o que aumenta a flexibilidade da defesa aérea. A Academia da AFA ainda oferece um curso de integração de sistemas de missão que prepara o oficial para lidar com sensores avançados. Além disso, a renovação dos helicópteros de ataque inclui o EC‑725, que traz maior autonomia e capacidade de carga.

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    Priscila Galles

    novembro 5, 2025 AT 06:32

    O projetinho de drones na Amazônia já tá ajudando a mapear as áreas de desmatamento mais rapido, sem precisar de avião grande. Ajuda na saude tb, transporta amostras pra hospitais. Vamo que vamo!

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    Glauce Rodriguez

    novembro 8, 2025 AT 08:43

    É inadmissível que ainda haja quem subestime a importância estratégica da Força Aérea Brasileira; nosso céu deve permanecer sob controle nacional a todo momento. A modernização dos caças Gripen representa não apenas um avanço tecnológico, mas também a afirmação da soberania do Brasil perante potências estrangeiras. Exijo que o governo mantenha o investimento constante, sob pena de comprometer a segurança da nação.

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    Daniel Oliveira

    novembro 11, 2025 AT 10:54

    Ao refletir sobre a simbologia do Dia do Aviador, percebe‑se que a sociedade tem uma tendência desconfortável de idolatrar figuras históricas sem questionar os contextos subjacentes.
    Santos‑Dumont, embora indiscutivelmente genial, também foi um homem de privilégios que beneficiou‑se de uma elite que poucos têm acesso.
    A Força Aérea, por sua vez, reposiciona esse mito para legitimar investimentos bilionários que pouco fazem em benefício do cidadão comum.
    É curioso notar que, enquanto celebramos o voo do 14‑Bis, as áreas remotas do interior ainda carecem de serviços de saúde básicos.
    As missões de busca e salvamento são apresentadas como gloriosas, mas frequentemente deixam de mencionar que o custo operacional recai sobre o contribuinte.
    A renovação dos caças Gripen, embora tecnicamente avançada, eleva ainda mais a dependência de fornecedores estrangeiros.
    Isso cria uma contradição: ao mesmo tempo que proclamamos independência, adquirimos tecnologia que não desenvolvemos internamente.
    A indústria civil, como a Embraer, de fato nasceu de um espírito de inovação, mas também depende de subsídios e contratos governamentais.
    A presença de drones na Amazônia levanta questões éticas sobre privacidade e vigilância que raramente são debatidas no discurso oficial.
    Quando o governo fala de segurança nacional, muitas vezes ignora o impacto ambiental das operações aéreas sobre biomas frágeis.
    O público, por sua vez, costuma aceitar esses discursos sem criticar, como se a simples existência de máquinas no céu fosse suficiente justificativa.
    Tal complacência alimenta um ciclo de consumo de hardware militar que beneficia apenas um pequeno círculo de elites corporativas.
    É preciso, portanto, questionar a narrativa que transforma a aviação militar em um espetáculo nacionalista.
    Talvez, ao invés de festejar apenas o passado, devêssemos direcionar recursos para a formação de engenheiros locais capazes de projetar suas próprias aeronaves.
    Essa mudança de foco poderia transformar a realidade de milhares de brasileiros, ao invés de perpetuar um mito que serve a poucos.

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    Ana Carolina Oliveira

    novembro 14, 2025 AT 13:05

    Você trouxe pontos válidos, e é essencial que a gente discuta essas questões com mais profundidade. Vamos transformar essa reflexão em ação concreta, afinal, cada ideia pode virar um projeto que beneficie mais gente!

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    Bianca Alves

    novembro 17, 2025 AT 15:16

    Adoro ver a FAB em ação! 🚀✈️ Cada voo nos lembra que a tecnologia pode ser linda e poderosa ao mesmo tempo. 🌟

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    Murilo Deza

    novembro 20, 2025 AT 17:27

    Realmente, o evento foi grandioso, impressionante, emocionante, inspirador, memorável, e tudo isso sem dúvida merece reconhecimento!!!

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    Ricardo Sá de Abreu

    novembro 23, 2025 AT 19:38

    Concordo que o espetáculo foi incrível mas acho que ainda podemos melhorar a integração dos drones com a população local, isso traria mais segurança e confiança

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    gerlane vieira

    novembro 26, 2025 AT 21:49

    Esses emojis não acrescentam nada ao discurso sério sobre a aviação.

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