MP-TCU pede investigação ao TCU sobre supostos funcionários fantasmas no gabinete de Hugo Motta

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Funcionários fantasmas e suspeitas de irregularidades no gabinete de Hugo Motta

O gabinete de Hugo Motta, atual presidente da Câmara dos Deputados e membro do Republicanos da Paraíba, virou alvo de mais uma polêmica em Brasília. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) enviou um pedido formal ao TCU para apurar o suposto esquema de funcionários fantasmas e apontou diretamente para possíveis danos aos cofres públicos.

Segundo o subprocurador Lucas Rocha Furtado, a denúncia gira em torno de três nomes que, juntos, receberam R$112 mil em salários só em 2025. Não houve, até o momento, comprovação de que esses servidores executaram tarefas compatíveis com os cargos que ocupavam. Historicamente, casos parecidos revelam práticas antigas de nomear aliados e parentes para cargos comissionados apenas para receber salário, sem trabalhar de fato.

O MP-TCU recomendou ao TCU que não apenas investigue o caminho do dinheiro, mas também determine a devolução dos salários pagos de forma irregular. Há também pedido para que a Corte aplique sanções administrativas aos responsáveis, incluindo o próprio Hugo Motta, já que qualquer movimentação de pessoal no gabinete passa pela sua chancela. Outra frente é o envio do caso ao Ministério Público Federal (MPF), que pode abrir processos criminal ou cível contra possíveis envolvidos.

Falhas nos controles internos e suspeita de nepotismo

Falhas nos controles internos e suspeita de nepotismo

O episódio acendeu o alerta sobre brechas nos controles internos da Câmara. O MP-TCU sugeriu, inclusive, que o TCU cobre mudanças sistêmicas para prevenir novas ocorrências, recomendando a criação de mecanismos mais eficientes para fiscalizar quem realmente cumpre expediente nas funções públicas.

Além disso, os procuradores pedem investigação sobre possíveis favorecimentos a familiares e aliados políticos no preenchimento dos cargos — o famoso nepotismo, ainda arraigado em diversas cidades brasileiras. Então, não é só uma questão do dinheiro público pago sem contrapartida de trabalho: trata-se também da mistura entre redes de parentesco e confiança política no serviço público.

A situação atual não vem do nada. Hugo Motta já tinha sido criticado pelo uso de verba partidária para fretar jatos particulares, um estilo de gasto que levanta dúvidas sobre transparência e comprometimento com recursos públicos. Essa nova denúncia só aumenta a pressão por explicações detalhadas e mudanças na gestão da Câmara dos Deputados.

A pauta dos chamados funcionários fantasmas mexe em um vespeiro na política nacional. A cada novo caso, cresce o debate sobre moralidade administrativa e a distância entre o que diz a lei e o que acontece, de fato, nos gabinetes do poder. O TCU e o MPF agora têm o desafio de esclarecer as denúncias, identificar responsabilidades e propor soluções efetivas para evitar que situações como essa voltem a se repetir.