Sandro Dias quebra recorde mundial ao cair de rampa de 70 metros

- set, 26 2025
- 0 Comentários
- Flávio Gomes
Na última semana, o Brasil ganhou um novo capítulo nos livros de recordes esportivos. Sandro Dias, 50 anos, apelidado de "Mineirinho", conseguiu algo que antes parecia impossível: descer 70 metros – quase 230 pés – de altura em uma única manobra de skate, atingindo velocidades que ultrapassaram a marca de 100 km/h. O salto foi registrado como o maior e o mais rápido já feitos por um skatista, segundo o Guinness World Records.
O desafio de 70 metros
O cenário da proeza foi o prédio Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), um ícone da arquitetura de Brasília que já alimentava lendas urbanas na comunidade do skate. A Red Bull, parceira do atleta, transformou a fachada do edifício na maior rampa já construída, num projeto conhecido como "Red Bull Building Drop". A primeira tentativa de Dias foi um salto de 55 metros, seguido de progressões de 60 e 65 metros, que já batiam recorde. Mas o skatista não se acomodou e buscou o próximo nível: 70 metros, a distância que o consagraria como o primeiro a quebrar a barreira dos 200 pés.
Durante a descida de 65 metros, Dias já havia alcançado 95 km/h (cerca de 59 mph). No salto final, testemunhas e sensores apontaram velocidades superiores a 103 km/h, um ritmo comparável ao de um carro nas estradas urbanas. O Guinness enviou avaliadores para confirmar não só a altura, mas também o pico de velocidade, garantindo que ambos os recordes fossem oficialmente reconhecidos.
Preparação e equipamentos
A conquista não aconteceu da noite para o dia. Dias dedicou dois anos ao condicionamento físico, focando em força, resistência e, sobretudo, na capacidade de suportar altas forças G. Em um dos treinos, ele usou colete com peso extra que simulava até 310 kg de força sobre o corpo, preparando a musculatura para aguentar a aceleração brutal da queda.
Os últimos seis meses foram inteiramente voltados ao skate. O atleta testou diferentes pranchas, pneus e rolamentos, indexando a combinação que oferecesse estabilidade em altas velocidades. Optou por um deck de 8,5 polegadas, rodas mais largas e bushings híbridos de fibra de carbono com borracha, que ajudam a reduzir a vibração ao entrar em curva ou ao enfrentar a turbulência do ar.
Para proteger o corpo, Dias usou um conjunto de equipamentos premium: capacete full‑face, protetor de coluna da Prada Linea Rossa e protetores de punho reforçados. Cada peça foi escolhida não só por sua resistência, mas também por seu peso leve, essencial para não atrapalhar a manobra.
A pressão mental também foi parte crucial da preparação. Olhar para a fachada do CAFF à distância já causa calafrio; encarar a própria altura, porém, exige domínio da ansiedade. Dias contou que meditou diariamente, visualizou a descida mil vezes e trabalhou a confiança ao som de músicas que o motivavam.
Quando a transmissão ao vivo começou no Red Bull TV e no YouTube, milhões de espectadores acompanharam o momento. A plateia viu o atleta alinhar a prancha, deslizar confiante pela rampa e desaparecer na curva final, antes de emergir em velocidade plena. O público, tanto online quanto nos bastidores, testemunhou um marco que mudará a percepção dos limites do skate.
Depois da queda, o skatista descreveu a experiência como "intimidadora" e ao mesmo tempo "libertadora". Ele reconheceu que, ao olhar para o prédio, a missão parecia impossível, mas ressaltou que a preparação meticulosa fez com que o medo fosse superado. "Tudo o que eu precisava estar pronto, fiz. Essa queda não foi só física; foi mental e emocional", afirmou.
O recorde de Sandro Dias já está gravado nos anais do Guinness e promete inspirar uma nova geração de skatistas. Se alguém quiser provar que limites são feitos para ser ultrapassados, basta olhar para a rampa de 70 metros que se ergue sobre o horizonte de Brasília. O skate, assim como o esporte em geral, continua a redefinir o que o corpo humano pode alcançar quando a preparação encontra a coragem.