São Silvestre 2025: como altitude e apoio psicológico podem mudar a cara dos atletas brasileiros

alt

O centenário da São Silvestre 2025 vai acontecer no último dia de dezembro, nas ruas de São Paulo, com a tradicional partida na Avenida Paulista. A corrida de 15 km, organizada pela Fundação Cásper Líbero, tem categorias que vão do corredor amador ao elite, com largadas escalonadas que garantem um espetáculo de velocidade e emoção. Mas, além do percurso, o que tem ganhado destaque esse ano são as novas táticas de preparação que chegam das montanhas e das salas de psicologia esportiva.

Preparação física: treino em altitude

Nos últimos meses, várias equipes de atletismo têm levado grupos de atletas para regiões como a Serra da Mantiqueira, Campos do Jordão e Atibaia. A ideia é simples: ao treinar em altitudes entre 1.500 e 2.200 metros, o corpo adapta a menor disponibilidade de oxigênio, aumentando a produção de hemoglobina e a capacidade respiratória. Quando o corredor volta ao nível do mar, ele costuma sentir menos esforço ao atingir o mesmo ritmo.

Os benefícios não são só fisiológicos. O ambiente frio das montanhas, aliado a percursos ondulados, simula as variações de ritmo que acontecem na São Silvestre, onde subidas rápidas na Avenida Paulista dão lugar a trechos planos. Atletas como João Silva, campeão nacional de 10 km, relataram que a combinação de subida e velocidade nas trilhas de altitude ajudou a refinar a estratégia de “pacing” – controle de velocidade – indispensável nos 15 km finais da prova.

Apoio psicológico: estratégias mentais

Apoio psicológico: estratégias mentais

Se o físico responde ao desempate das centenas de corredores, a mente lida com a pressão da reta final, o barulho da torcida e o relógio marcando os últimos minutos. Por isso, clubes e agremiações têm incluído psicólogos esportivos nas equipes de preparação. Técnicas como visualização, respiração diafragmática e treinos de “mindfulness” são aplicadas semanalmente.

Um caso emblemático é o da maratonista Mariana Costa, que passou a usar sessões de biofeedback para monitorar níveis de ansiedade antes das largadas. Ela afirma que, ao focar na sensação do peito batendo e controlar a respiração, consegue transformar a energia nervosa em potência extra nos últimos 3 km. Além disso, grupos de apoio entre atletas, onde eles compartilham dúvidas e vitórias, criam um ambiente de confiança que reduz o estresse competitivo.

Essas duas vertentes – a alta altitude e o suporte mental – têm se mostrado sinérgicas. Enquanto o treinamento em montanhas eleva a capacidade aeróbica, a preparação psicológica garante que o corredor saiba usar esse “extra” no momento certo, especialmente nas subidas curtas da Paulista ou na reta final, onde a diferença entre vencer e ficar entre os primeiros pode ser de poucos segundos.

Com a corrida se aproximando, os corredores brasileiros estão equipados com um arsenal mais completo do que nunca. A combinação de pulmões mais fortes e cabeça fria pode ser o ponto de virada que colocará o Brasil entre os principais favoritos a subir ao pódio da São Silvestre 2025.