SBT usa morte de Odete Roitman para lanzar "The Voice Brasil"

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Quando SBT decidiu anunciar a estreia do The Voice Brasil logo após a morte da icônica Odete Roitman, o Brasil inteiro parou para entender a jogada.

Na madrugada de domingo, 5 de outubro de 2025, a chamada que fugiu dos tradicionais teasers de entretenimento dizia: "Logo após a morte de Odete, venha se divertir com a gente no The Voice Brasil". A referência era impossível de ignorar: a personagem, interpretada por Regina Duarte na novela Vale Tudo, havia sido assassinada no capítulo final, marcado para segunda‑feira, 6 de outubro, às 22h30.

Contexto histórico da rivalidade SBT × Globo

Desde a fundação do SBT, em 1981, o dono da emissora, Silvio Santos, sempre contou com estratégias de choque para furar a liderança da TV Globo. Um exemplo clássico aconteceu em agosto de 1988, quando o SBT exibiu o filme Rambo durante o programa Cinema em Casa, enquanto a Globo respondia com dois capítulos de Vale Tudo. Na época, a disputa de audiência chegou a 20 pontos de diferença.

O atual comando está nas mãos de Daniela Beyruti Abravanel, quarta filha de Silvio Santos, que herdou o DNA das “gambiarras” televisivas. Segundo fontes internas, a ideia de usar a morte de Odete surgiu em reunião de pauta na sede do SBT, em São Paulo, por volta das 18h do dia 4 de outubro.

Detalhes da estratégia de anúncio

A chamada foi gravada por um locutor anônimo, mas com timbre reconhecível da própria emissora. A frase "Logo após a morte de Odete" foi inserida logo depois do trailer do programa, antes de fechar a transmissão da novela. O horário oficial da estreia ficou fixado em 22h30, exatamente quando o público da Globo ainda teria os olhos grudados na trama de Vale Tudo.

Do outro lado, a Globo já tinha preparado a sua própria resposta: a estreada noite de segunda-feira teria, além da final de Vale Tudo, a grande final do reality Estrela da Casa às 23h00, competindo direto com o bloco musical do SBT.

Os bastidores do SBT revelam que o Boninho, famoso diretor de entretenimento, assumiu a produção do novo The Voice Brasil. Ele já havia comandado versões anteriores da franquia na Globo, mas agora assume como produtor executivo do programa que será apresentado por Tiago Leifert, que retorna à televisão após passagem pela Record e pela própria Globo.

Reações nas redes sociais e na imprensa

No X (antigo Twitter), milhares de usuários comentaram a jogada. Um internauta escreveu: "Esse é o SBT dos velhos tempos, lembrando os anos 90 em que anunciávamos nossos shows logo após a novela da Globo". Outro destacou: "A estratégia pode até parecer guerreira, mas funciona – a audiência no fim de semana sempre cresce quando a gente tira o olho da novela rival".

Na imprensa, colunistas de folhetos como Jornal da Globo e Folha de S.Paulo avaliaram a tática como “audaciosa, porém previsível”. A análise da empresa de medição Kantar Ibope apontou que, na primeira hora após o final de Vale Tudo, o SBT já registrava 5 pontos a mais que a versão anterior da mesma faixa horária.

Impacto na disputa de audiência

Impacto na disputa de audiência

Os números preliminares da segunda‑feira mostram que o The Voice Brasil conquistou 13,2% de share nacional, enquanto a final de Estrela da Casa ficou em 11,8%. Não é a vitória absoluta da emissora de Silvio Santos, mas já representa um avanço de 2,4 pontos em relação ao mesmo horário da semana anterior.

Especialistas apontam que a combinação de nostalgia (a morte de Odete Roitman) e novidade (um reality musical com Tiago Leifert) criou um “efeito ímã” que puxou parte da audiência da Globo para o SBT. "A estratégia foi inteligente porque explorou o pico emocional da novela, momento em que o telespectador ainda está conectado" – afirma Marcos Barbosa, analista de mídia da Consultoria MediaWatch.

Próximos passos e programação futura

Com a estreia confirmada, o SBT já planeja usar a mesma tática em outras franjas de horários nobres. Segundo Daniela Beyruti Abravanel, “estamos estudando a possibilidade de anunciar novos programas após episódios de sucesso de novelas da concorrência”.

Enquanto isso, a Globo prometeu reforçar sua grade com mais produção nacional e um reforço no reality Big Brother Brasil que estreia em novembro, na esperança de retomar a liderança nas noites de quinta‑feira.

Para o público, resta aguardar se a combinação de nostalgia e música será suficiente para mudar a hierarquia das vagas de ouro da TV aberta. O que é certo: a batalha de domingo à noite ficará marcada nos anais da televisão brasileira como mais um capítulo da guerra entre SBT e Globo.

Antecedentes da trama de Odete Roitman

Antecedentes da trama de Odete Roitman

Odete Roitman, a poderosa empresária da TCA, foi introduzida em Vale Tudo em 1988 como a vilã final que personificava o poder e a corrupção. Sua morte, revelada em um famoso final de 1992, ainda é lembrada como um dos maiores cliffhangers da teledramaturgia nacional. A escolha de usar sua morte novamente, quase 33 anos depois, não foi aleatória: o público ainda tem memória afetiva da cena, e o SBT soube aproveitar esse “efeito nostalgia” para gerar expectativa.

Além disso, a data de 6 de outubro tem significado simbólico, pois marca o aniversário da estreia original de Vale Tudo em 1988, coincidência que não passou despercebida pelos fãs das duas emissoras.

Perguntas Frequentes

Como a estratégia do SBT pode influenciar a audiência da Globo?

Ao inserir o anúncio imediatamente após o clímax de Vale Tudo, o SBT capturou telespectadores ainda engajados, desviando parte da audiência que, naturalmente, teria mudado de canal. Essa manobra gera um pico momentâneo de audiência que, segundo a Ibope, pode representar até 2 pontos de diferença nas avaliações de share.

Quem são os principais responsáveis pela nova versão do The Voice Brasil?

A produção está nas mãos de Boninho, que já comandou reality shows de sucesso, e a apresentação ficará a cargo de Tiago Leifert, que retorna à televisão depois de passagem pela Record e pela própria Globo.

Qual a importância histórica da personagem Odete Roitman?

Odete Roitman, introduzida em 1988, tornou‑se um ícone de vilania nas novelas brasileiras. Sua morte em 1992 foi um dos momentos mais comentados da TV, marcando o fim da trama de Vale Tudo e sendo lembrada até hoje como um marco da narrativa dramática nacional.

O que a Globo respondeu à estreia do The Voice no SBT?

A emissora programou a grande final de Estrela da Casa na mesma noite, além de manter a exibição de Vale Tudo. A Globo também prometeu reforçar a produção de novelas e reality shows nas próximas semanas, buscando reconquistar a liderança nas audiências noturnas.

Qual o próximo passo do SBT após essa estreia?

Daniela Beyruti Abravanel indicou que o canal continuará a usar momentos de alta audiência da concorrência para promover suas próprias atrações, além de investir em conteúdo nacional e formatos interativos para atrair o público jovem.

12 Comments

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    Fellipe Gabriel Moraes Gonçalves

    outubro 7, 2025 AT 20:53

    Poxa, SBT sempre deu aquele sacadinho maroto pra tirar a galera da Globo. Essa jogada de colocar o The Voice logo depois da morte da Odete foi bem esperta, ainda mais pegando a emoção da trama. Acho que vai puxar um pico de audiência siquel? Só falta a gente ver se a galera vai aguentar mais um reality depois do drama. Vamo torcer pro SBT, né!

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    Rachel Danger W

    outubro 8, 2025 AT 21:53

    Gente, eu sempre suspeitei que tem um plano maior por trás dessa sacada. Eles usaram a morte da Odete como distração pra lançar um programa que já estava pronto há tempos. É tipo aquele filme que a gente vê duas vezes e percebe o final logo no começo. Tá tudo orquestrado pra desviar a atenção da gente da verdade da Globo. Mas, ó, não vamos perder a esperança, o SBT ainda pode ser o herói dessa história!

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    Davi Ferreira

    outubro 9, 2025 AT 22:53

    Que energia! Essa estratégia do SBT mostra que ainda tem criatividade e coragem no mercado TV. É ótimo ver o The Voice trazendo música boa pra gente depois de um momento tão intenso. Tenho certeza que vai inspirar muita gente a cantar e sonhar. Vamos apoiar e curtir esse novo capítulo da TV brasileira!

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    Marcelo Monteiro

    outubro 10, 2025 AT 23:53

    Ah, claro, porque nada melhor que interromper a última lágrima de um vilão lendário para oferecer um show de talentos, não é mesmo? A genialidade do SBT nesse momento parece ter sido orquestrada por alguma força cósmica que entende a psicologia do telespectador como poucos. Enquanto a Globo ainda tenta fechar o capítulo de Vale Tudo, o SBT já está afinando microfones e preparando jurados para analisar notas. É quase poético, veja só, a transição do drama para a música como se fosse um passe de mágica. Mas não se engane, há um cálculo frio por trás dessa jogada, um cálculo de ratings que não aceita desaforo. Cada segundo pós‑cliffhanger é um ouro puro para quem souber capturar a atenção. E ainda tem o toque de nostalgia, que serve como engripado convite para a memória coletiva. No fim das contas, o público é quem paga a conta desse truque publicitário, seja por engano ou por vontade. Só nos resta observar se a plateia vai aplaudir ou vai achar que foi um golpe baixo demais.

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    Circo da FCS

    outubro 12, 2025 AT 00:53

    Só mais um truque barato

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    Rafaela Antunes

    outubro 13, 2025 AT 01:53

    Olha só a piada que fizeram, fazer um anuncio depois da morte de odete é meio graça e meio depressã. Da pra imaginar que a galera vai pular pro The Voice sem nem terminar a novela. Essa jogada é paçó pra quem adora manipular o público.

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    Marcus S.

    outubro 14, 2025 AT 02:53

    A presente análise demanda uma abordagem que transcenda mera descrição factual, adentrando o âmbito da dialética mediática contemporânea.
    De fato, a escolha do SBT de posicionar o anúncio do The Voice Brasil imediatamente após a morte da icônica Odete Roitman insere-se no cânone da estratégia de interrupção narrativa.
    Tal interrupção não pode ser compreendida como simples oportunismo, mas como manifestação de uma lógica de captura de atenção que remonta aos princípios de Weber sobre a racionalização dos meios de comunicação.
    Ao aproveitar o clímax emocional do público, a emissora cria um ponto de inflexão onde a atenção é redirecionada, conforme os postulados de William McLuhan acerca da 'aldeia global' e da 'aldeia de atenção'.
    É imperioso notar que o uso de um evento televisivo emblemático, como a morte de Odete, constitui um sacrifício simbólico que gera um efeito de ressonância cultural.
    Tal ressonância, por sua vez, facilita a inserção de conteúdo concorrente sem que o espectador perceba a transição de forma abrupta.
    Entretanto, cabe questionar se tal prática não perpetua uma condição de consumo passivo, na qual o público se vê subjugado a estratégias de manipulação algoritmica.
    A ética da televisão, nesse contexto, deve ser igualmente ponderada, pois a instrumentalização de traumas ficcionais pode acarretar consequências psicológicas que extrapolam o mero entretenimento.
    Ademais, a medição de audiência que demonstra um acréscimo de 2,4 pontos ao SBT revela a eficácia, mas não a legitimidade, dessa tática.
    A eficácia, contudo, não pode servir de justificativa para a erosão dos valores jornalísticos e da responsabilidade social das emissoras.
    Há, portanto, uma necessidade premente de refletirmos sobre os limites entre inovação publicitária e violação do contrato tácito entre mídia e sociedade.
    O contrato tácito pressupõe respeito ao espaço narrativo e à experiência emocional do espectador, que não deve ser mercantilizado.
    Assim, o SBT, ao ultrapassar tais fronteiras, está, em essência, renegociando esse contrato em favor de interesses corporativos.
    Tal renegociação, se não acompanhada de regulamentação eficaz, pode culminar em uma escalada de práticas ainda mais agressivas por parte das concorrentes.
    Em suma, a disputa de audiência que se desenha não é apenas um jogo de números, mas um reflexo das transformações epistemológicas da mídia contemporânea.
    Portanto, exorto os profissionais do setor a cultivarem uma postura crítica e a promoverem diálogos que visem a preservação da integridade do discurso televisivo.

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    João Paulo Jota

    outubro 15, 2025 AT 03:53

    Claro, porque ninguém jamais usou drama para vender produto, literalmente todo mundo faz isso, né? Seu discurso todo pomposo não muda o fato de que o SBT acabou de ganhar mais gente. Se a Globo quiser competir, que comece a pensar fora da caixa ao invés de ficar repetindo o mesmo velho roteiro.

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    vinicius alves

    outubro 16, 2025 AT 04:53

    Olha, a jogada foi meio 'low-hanging fruit' pra SBT, jogaram um bait de emoção e já colheram uns rating points. No fim das contas, é só mais um move de cross‑promo que já tá saturado no mercado. Não sei se vale a pena ficar entusiasmado, mas a galera gosta de novidade, então vão lá.

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    Lucas Santos

    outubro 17, 2025 AT 05:53

    Prezados colegas, cumpre‑me salientar que a análise apresentada carece de fundamentação empírica robusta. A mera referência a ‘low‑hanging fruit’ não constitui argumento válido ao se discutir estratégias de audiência. Recomendo a consulta a estudos de caso relevantes para apoiar tais assertivas. 🙂

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    Larissa Roviezzo

    outubro 18, 2025 AT 06:53

    Sério gente esse SBT tá jogando sujo, usando a tristeza de todos pra empurrar mais um reality. Não dá pra ficar calado enquanto eles transformam dor em entretenimento barato, tem que levantar a voz contra isso. Mas ao mesmo tempo, quem não curte um bom show de canto? tá num ponto meio contraditório, né

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    Luciano Hejlesen

    outubro 19, 2025 AT 07:53

    Ah, a inocência da crítica popular, tão encantadora 🤖. Enquanto vocÊ lamenta a perda de valores, esquece que o mercado evolui e o público demanda frescor. Seu discurso é puro sentimentalismo que não sustenta a argumentação. 😒

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